Os edifícios tradicionais estão com os dias contados

| 10/11/2017 |

 

Até pouco tempo, quem comprava um imóvel se preocupava basicamente com a localização, a área e os serviços disponíveis na região. Porém, os consumidores brasileiros têm mudado seu perfil e suas necessidades nos últimos anos. Quer um exemplo? Segundo uma pesquisa feita pelo Google, a porcentagem de brasileiros que têm um smartphone saltou de 12% em 2012 para 64%. O motivo? Queremos cada vez mais estar conectados.

Os millennials (grupo de pessoas nascidas entre as décadas de 1980 e 1990) estão mudando o mundo em vários aspectos, como o mercado de trabalho e o setor de consumo. Trata-se de uma geração com grande poder de compra – estimado em US$ 2,45 trilhões – e que questiona, rompe barreiras e busca por inovação.

Como isso se reflete em nossos lares? A infraestrutura para Internet mais rápida, por exemplo, passou a ser uma preocupação de muitos compradores. Termos como “link dedicado” e “fibra óptica” já não são mais coisa de geeks. De maneira geral, os moradores querem desfrutar das novas tecnologias e também dos avanços que as novas gerações incorporam ao jeito de morar, trabalhar e interagir com a cidade.

A tecnologia já permite levar a Internet de alta velocidade (pelo menos nos grandes centros) aos lares brasileiros e começa a viabilizar a chamada “Internet das Coisas”, tendência que conecta à grande rede mundial itens como o sistema de câmeras, o ar-condicionado, a iluminação dos ambientes e até a banheira.

Carros ecologicamente corretos, movidos a eletricidade, começam a ganhar espaço nas ruas. Com isso, sistemas para o carregamento das baterias desses veículos nas garagens dos edifícios – já presentes em lançamentos de prédios na cidade de São Paulo, por exemplo – passam a ser itens necessários.

Dentro desse espírito da nova geração de consumidores, o conceito de compartilhamento também mostra força. Os espaços de coworking, nos quais pessoas de várias empresas compartilham a estrutura física e os serviços, já podem ser vistos também em prédios residenciais. Afinal, a mobilidade urbana, em tempos de trânsito frequentemente congestionado, é algo que impacta fortemente na qualidade de vida das pessoas. Vai deixar o carro em casa e andar de bicicleta? Em alguns prédios nem é mais preciso ter uma. Novos edifícios já contam com o sistema de bike sharing.

Para controlar esses serviços, nada mais justo que utilizar um smartphone, certo? Como ele está sempre conosco, a ideia de ter um aplicativo para controlar os serviços ligados à residência faz todo o sentido. Assim, apps como o Compass (em fase de desenvolvimento) incluem recursos para liberar o acesso de visitantes, chamar prestadores (personal trainer ou faxineira), conectar os moradores em uma rede social interna, entre outras funções.

O mundo está mudando em um ritmo acelerado. E os prédios residenciais também precisam captar essa inovação. Os lançamentos de condomínios tradicionais, que não incorporam esse novo jeito de viver, estão com os dias contados.

 

Por Silvio Kozuchowicz

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