Ambientes fechados: cuidados e riscos envolvendo ar-condicionado

| 01/12/2017 |

 

O processo de climatização de ambientes envolve a consideração de diversos fatores importantes que vão muito além de investir no equipamento. Para instalações residenciais, por exemplo, o mercado oferece uma vasta gama de modelos. Os mais comuns são o split, que logo vem à mente quando se fala de ar condicionado – instalado na parede –, e o K7, embutido no forro e que conta com saídas de ar no teto.

Porém, seja qual for o modelo, é importante que o equipamento seja adequadamente dimensionado levando em consideração o local de sua instalação. O correto é que este dimensionamento seja realizado por um profissional da área de climatização, consciente de que o foco do cálculo é tornar o ambiente agradável, respeitando o que é normatizado, já que existem regras para garantir a segurança e a satisfação do cliente.

De um modo geral, esses cálculos térmicos devem considerar as especificidades do ambiente, tais como: área, pé-direito, paredes e janelas externas expostas a incidência solar, paredes, teto, pisos, divisórias com ambientes não climatizados, presença de equipamentos que dissipem calor no local climatizado, números de pessoas e a atividade desenvolvida, iluminação interior, infiltrações de ar indesejadas, dentre outras.

Desconsiderar os cálculos térmicos poderá resultar em um superdimensionamento, que acarreta gasto de energia excessivo ou em capacidade inadequada para atender ao ambiente, tornando o ar-condicionado inútil. Nas instalações comerciais e industriais, diversos outros fatores devem ser considerados, tais como a eficiência energética dos equipamentos, o consumo de energia elétrica, água, ou mesmo de gás natural.

O único jeito de se definir qual o sistema mais adequado é através de um trabalho de projeto, cuidadoso e elaborado, o que torna essencial os serviços de uma empresa projetista. Experiência e conhecimento são fundamentais, tanto para fazer valer o investimento, quanto para garantir detalhes de segurança. Existe uma extensa gama de soluções no mercado; um leigo pode trazer prejuízo.

No quesito financeiro, o investimento geralmente é proporcional à demanda energética. Cabe ao empreendedor, portanto, apresentar ao projetista sua expectativa de desembolso financeiro, de forma que o projeto a ser desenvolvido possa atender – dentre as diversas opções – aquela que, além de atender as normas ABNT vigentes no mercado de ar-condicionado, apresente resultados satisfatórios nas contas de energia elétrica, água e gás natural.

Outro importante fator é que nada é mais fundamental e imediato ao ser humano do que o ar que ele respira. Este ar deve atender as exigências do organismo no que diz respeito à sua pureza e limpeza. Um ar fora dos padrões exigidos pelo processo respiratório poderá acarretar diversas doenças, além de disseminá-las; conforme a condição apresentada, pode conduzir as pessoas à morte.

Mesmo nas instalações de ar-condicionado mais simples, tais como em supermercados, lojas, shopping centers e clinicas, o sistema deverá ser desenvolvido considerando sempre o conforto humano de seus ocupantes, algo que vai muito além do controle de temperatura. Também é necessário controlar a umidade relativa do ar, a renovação de ar – para que a qualidade do mesmo atenda aos níveis de dióxido de carbono exigidos pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) –, a filtragem do ar de acordo com a atividade desenvolvida, o conforto acústico, a movimentação do ar, a pressão entre ambientes para evitar ou reduzir as infiltrações.

Existem, ainda, os casos extremos. As instalações de laboratórios, hospitais, salas limpas para processo de manipulação de vírus, bactérias, fungos e microrganismos exigem instalações de ar-condicionado de altíssima especialidade com controle especifico de temperatura, umidade, pressão, velocidade do ar e outros itens dentro de faixas de controle extremamente rígidas.

Aqueles que prezam pela saúde física devem frequentar ambientes saudáveis onde houver a preocupação na execução de instalação de ar-condicionado dentro de critérios técnicos que conduzam a qualidade do ar interior. Um ar saudável propicia satisfação respiratória, evita doenças, cansaço, falhas cognitivas e o mais importante de tudo é que preserva e prolonga a existência saudável dos indivíduos.

 

Por Mário Sérgio de Almeida

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